Ele costuma ser citado como quem mais reclama do que age, mas é o responsável por disseminar fotos, vídeos e relatos das manifestações.

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Foto: reprodução

São Paulo vive dias difíceis devido a uma onda de conflitos de rua ocorridos durante manifestações da população contra o aumento de R$ 0,20 no valor das passagens de metrô, ônibus e trem.

Os atos têm sido fortemente reprimidos pela Polícia Militar, e, embora a mídia tradicional traga suas versões dos fatos, as redes sociais têm sido determinantes para retratar a situação e informar a sociedade.

“Aquilo que a imprensa e o governo não querem mostrar por terem compromissos, o Facebook mostra, o Twitter e o Instagram também”, comenta Henrique Antoun, pesquisador do futuro da democracia na cibercultura e professor de transformação política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

É a primeira vez em anos que ocorrem manifestações tão grandes no Brasil, e essa, em especial, marca a participação efetiva de mídias sociais. O personagem conhecido como “ativista de sofá”, que costuma ser citado como quem mais reclama do que age, ganhou papel importante porque é responsável por compartilhar, em tempo real, fotos, vídeos e relatos, disseminando o que está acontecendo na rua.

Mesmo sem internet, essas manifestações ocorreriam, mas talvez com menos intensidade, na opinião de Antoun, para quem a organização pelo ambiente digital não explica a revolta, mas a dimensão que ela toma.

“Hoje a juventude já está ‘ultra-auto-organizada' através das redes sociais. Quando se trata de fazer uma movimentação social, tudo é mais rápido”, diz o pesquisador. “Não é o Facebook que faz isso, mas ele potencializa, capacita as pessoas que querem se manifestar.”

Promovidas pelo Movimento Passe Livre, as marchas já reuniram milhares de pessoas – em apenas uma havia mais de 10 mil, sendo que o grosso delas se organiza pelo Facebook. O próximo evento, marcado para segunda-feira, 17, já conta com mais de 64 mil pessoas confirmadas – o que, em termos físicos, pode não significar muita coisa. “Pode ter 200 mil pessoas confirmadas e aparecerem 400 mil, ou 100 mil. Dizer que vai participar é apenas uma maneira de apoiar”, explica Antoun.

Até um verbete na Wikipédia foi criado, o Revolta da Salada, nomeado dessa forma porque várias pessoas foram detidas por porte de vinagre, comumente usado para amenizar os efeitos de gases de efeito moral.

Também é possível encontrar pela rede várias fotos, vídeos e relatos que contradizem informações oficiais e as que estampam capas de jornais.

Reunimos seis Tumblrs que se prestam a fazer coberturas independentes sobre as manifestações:

Vídeos, fotos e depoimentos foram organizados em tumblrs. Separamos seis deles, confira:

“O que não sai na TV” 

A descrição do Tumblr já diz a que veio: “O espaço reproduz NA ÍNTEGRA os depoimentos enviados, sem nenhuma edição. Os textos publicados NÃO reproduzem a opinião dos administradores do espaço”.

“Feridos no protesto” 

Tumblr que reúne depoimentos sobre pessoas que estavam nas manifestações. O foco é sobre quem se machucou ou foi ferido pela polícia.

Injured Brazil” 

Outro tumblr que reúne feridos da manifestação. No entanto, este é em inglês e tem como objetivo mostrar o que acontece no Brasil.

“Salad Uprising” 

Mais um em inglês com objetivo de mostrar o cenário brasileiro para estrangeiros. O título, inclusive, é uma referência ao repórter da Carta Capital preso por portar vinagre.

“Protesta São Paulo” 

Tumblr agrega fotos, vídeos e depoimentos relacionados aos protestos em São Paulo.

“Polícia pacífica” 

A página utiliza a foto do policial que atacou um cinegrafista com spray de pimenta como meme em situações cômicas.

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Leonardo Pereira, via Olhar Digital

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