O procurador-geral de Justiça do Pará, Gilberto Valente Martins, destacou o crescimento da participação de mulheres em cargos de liderança na facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em núcleos espalhados pelo país.

Gilberto Valente, que também é presidente do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), órgão vinculado ao Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público do Estado e da União (CNPG), participou por videoconferência da coletiva que apresentava o balanço da “Operação Flashback II”, no fim da manhã de ontem. Ele falou sobre o protagonismo que as mulheres vêm exercendo no crime, e destacou a necessidade do judiciário rever algumas punições.

“O fato de termos muitas mulheres atuando no crime nos leva a refletir em relação as tratativas que o poder judiciário e autoridades da área da repressão têm tido com relação a participação de mulheres que se envolvem cada vez mais na criminalidade. Existe a necessidade do judiciário rever a postura em relação a participação feminina em crimes violentos uma vez que elas acabam se beneficiando de regimes diferenciados, com prisões inclusive de natureza domiciliar”, alertou o presidente do GNCOC.  

Operação nacional aponta crescimento da participação de mulheres no crime 

A “Operação Flashback II” foi articulada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), e cumpriu 200 mandados de busca, apreensão e prisão, na manhã de terça-feira, 28, em onze estados a fim de desarticular a nova composição da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) que tem base no Mato Grosso do Sul, de onde saem as ordens de justiçamento para todo Brasil.

A fala do procurador-geral da justiça do Pará foi embasada nas investigações da operação, que apontaram o protagonismo das mulheres ligadas ao PCC, com notado avanço na ocupação de cargos de chefia na organização criminosa. Elas têm perfil igualmente violento em relação aos homens da facção quando definem julgamentos ocorridos nos tribunais do crime.

As que possuem funções disciplinares conduzem normalmente estes rituais, elaborando as suas “peças conclusivas”, que resultam em condenações ou absolvições. Elas aplicam as mais diversas penas, inclusive assassinando rivais ou mesmo membros transgressores do PCC.

O núcleo das chamadas “Damas do Crime” é composto por 18 mulheres e apenas um homem que, somados aos demais núcleos da operação, totalizam 39 mulheres alvos de mandados de prisão e busca e apreensão, que correspondem a 18% do total de alvos da operação.

Por: Roma News

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