O governo do Estado adiou pela terceira vez, o prazo de entrega da obra de reconstrução da ponte sobre o rio Moju, na Alça Viária, agora para ser entregue no dia 5 de janeiro.

A nova data foi anunciada, nesta quinta-feira (19), pelo titular da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), Pádua Andrade. O governo tinha anunciado anteriormente entregar a obra no último dia 15 de dezembro, o que não ocorreu.

A Setran alega preocupações com a segurança dos trabalhadores e dificuldades com o clima da região demandaram mais tempo. A obra segue com 420 operários, em três turnos, 24 horas por dia e com zero acidentes de trabalho até agora.

Pádua avalia que 90% da ponte estão concluídos. Por isso, a liberação para tráfego de veículos ocorrerá primeiro. Quanto à retirada dos entulhos, liberando os dois novos canais de navegação, estão entre 75% e 80% concluídos. Essa operação só deve ser encerrada, aproximadamente, em 15 de janeiro.

Apesar dos atrasos, o secretário afirma, com base em comentários do gestor da obra, o engenheiro Pedro Almeida — professor doutor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em pontes estaiadas —, que essa é obra mais rápida da América Latina. “Começamos em 10 de junho. A empresa deve passar mais 30 dias. Sete meses. Para uma obra desse nível de complexidade, é a mais rápida e tem chamado a atenção da comunidade de engenharia do país”, declarou.

A correnteza do rio chega a 20 quilômetros por hora e muda de sentido durante alguns intervalos, o que levou à quebra de equipamentos usados para quebrar os blocos de entulhos. O nível das marés varia até quatro metros, para mais ou menos. A água da região é muito turva. Há chuvas fortes com frequência. E a navegação comercial não parou na área, pois a economia e o direito de ir e vir da população não poderiam ser prejudicados. Ainda há a movimentação das 12 balsas e seis guindastes dos trabalhos da ponte. Essas foram as justificativas para o atraso nas obras.

Quando concluída, a nova ponte sobre o rio Moju ficará muito parecia com a principal da Alça Viária, que fica sobre o rio Guamá. Os esteios permitem canais de navegação maiores, pois serão menos pilares. Antes, com todos os pilares, havia 68 metros de largura para navegação. Agora serão dois canais de 134 metros. Algumas das maiores embarcações, aponta Pádua, têm 20 metros de largura. O espaço é bem mais seguro. E os esteios diminuíram o tempo de trabalho.

Por enquanto, o orçamento da obra segue o mesmo: R$ 104 milhões. Foi uma obra atípica, com contrato emergencial aprovado pelo Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) e Tribunal de Contas do Estado (TCE). Esse orçamento deve ser mantido até o final dos trabalhos, sem aditivos.

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