Crédito: Ascom Bombeiros

Chega ao sexto dia o incêndio no Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, localizado entre Canaã dos Carajás e Parauapebas. Segundo o Índice de Inflamabilidade de Nesterov, sistema que calcula a possibilidade de um incêndio a partir das condições de umidade, temperatura, ponto de condensação e vento, afirmam que doze áreas no Pará estão com risco de incêndios.

São as regiões de Placas, Minas Palito, Tucuruí, Paragominas, Dom Eliseu, Rondon do Pará, Marabá, Serra dos Carajás, Xinguara, Redenção, Conceição do Araguaia e Santana do Araguaia. Essas regiões estão com a escala definida como ‘Perigoso’, que indica alto risco de incêndio nas áreas em vegetação.

Foto: Divulgação

Segundo o Corpo de Bombeiros do Pará, até a primeira semana de agosto de 2019, já foram registradas 40 ocorrências referentes a incêndio em vegetação, 23 a mais do que ano passado, neste mesmo período.


Dados do Grupamento de Bombeiros Militar de Santarém mostram que em 2018, das 483 ocorrências de incêndios atendidas, 281 foram incêndios em áreas de vegetação, com o início em agosto e ápice em outubro, chegando a 135 ocorrências atendidas somente nesse mês.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), informa que faz o monitoramento de todo o estado do Pará, por meio do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental. Os dados de focos de  queimadas são coletados e repassados ao Corpo de Bombeiros e Defesas civis, estaduais e municipais para a tomada das ações.

DIA DO FOGO

Diante dos dados alarmantes recolhidos pelos sistemas de satélite sobre o aumento na devastação em várias porções da floresta amazônica, o Ministério Público Federal (MPF) no Pará conduz investigações em três municípios e na capital paraense, para apurar a diminuição no número de fiscalizações ambientais na região, a ausência da Polícia Militar do estado no apoio às equipes de fiscalização e o anúncio, veiculado em um jornal de Novo Progresso (sudoeste do estado) convocando fazendeiros para promoverem um “Dia do Fogo”, na semana passada.

Os procuradores da República em Santarém, Itaituba, Altamira e Belém apuram a relação entre a redução da fiscalização ambiental e o crescimento, registrado em dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 50% no desmatamento e de 70% nas queimadas.

Em Itaituba, o procurador da República Paulo de Tarso Moreira Oliveira investiga a convocação divulgada em jornal de Novo Progresso, no sudoeste do Pará, supostamente feita por fazendeiros, para um “dia do fogo”, em que os produtores rurais incendiariam grandes áreas de floresta para.

O dia previsto para a dita manifestação era 10 de agosto e dados do Inpe mostraram um incremento significativo nas queimadas nesse e nos dias posteriores, principalmente nos municípios de Novo Progresso e Altamira, ambos cortados pela BR-163 e campeões de desmatamento na região amazônica.

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De acordo com o Inpe, Novo Progresso teve 124 registros de focos de incêndio no “dia do fogo”, um aumento em 300% em relação ao dia anterior. No dia seguinte foram 203 focos. Em Altamira, os satélites detectaram 194 focos de queimada em 10 de agosto e 237 no dia seguinte, um aumento impressionante de 743% nos focos de incêndio.

A investigação do MPF em Itaituba questionou o Ibama antes da data prevista para a dita “manifestação” sobre a necessidade de fiscalização preventiva. Em resposta, o escritório da autarquia informou que as ações de fiscalização estavam prejudicadas pela ausência de apoio da Polícia Militar, “o que acaba por colocar em risco a segurança das equipes em campo. O Ibama conseguiu enviar apenas uma viatura para “fortalecer a brigada do Prevfogo em Itaituba”, mas o “dia do fogo” efetivou-se assim mesmo.

Fonte: Roma News.


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