A sociedade Santarena tem organizado nos últimos dias, uma manifestação por meio de blogs e redes sociais (twitter,facebook ), fazendo um verdadeiro apelo para impedir a destruição de um dos recantos naturais de Santarém, o Lago do Juá.

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E com isso, será realizado na próxima quinta feira (13), o manifesto “Abraço ao Juá”, com início às 8 horas da manhã, no entroncamento das Rodovias Fernando Guilhon e Everaldo Martins,  que vai  reunir a população de Santarém  para o manifesto em defesa do Lago Juá, mesmo dia em que a Buriti Imóveis pretende iniciar a venda dos primeiros 4 mil lotes, de um total de 21 mil lotes em que a área foi dividida.

Buriti_Lago-JuáO evento abraço ao Juá foi criado no Facebook e tem ajudado a dar força ao manifesto em defesa do lago e contra a devastação provocada pela empresa Buriti Imóveis, às margens da Rodovia Fernando Guilhon.

O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos advogados do Brasil, José Carlos Lima, tomou conhecimento do manifesto “Abraço ao Juá”, e publicou  em seu perfil nas redes sociais avisando que a  OAB irá apoiar e pedir a revisão do licenciamento e a transformação dos lotes em uma Área de Proteção Ambiental-APA, fazendo com que o espaço seja destinando a criação de um Parque Municipal em Santarém.

 

O caso:

 

Uma extensa área de terra foi adquirida pela empresa Buriti Imóveis junto à família Corrêa. Na área está sendo preparado um grande loteamento chamado ironicamente de “Cidade Jardim”, composto por 21 mil lotes a serem vendidos a partir do dia 13 de dezembro.
Logo após adquirir a área, a Buriti Imóveis iniciou a retirada completa de toda a vegetação do local, para iniciar um aterramento e criação de ruas e instalação de postes. Estima-se que mais de 150 hectares foram desmatados pela empresa, que sequer realizou um Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA-RIMA). A ausência do estudo, porém, não impediu que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) expedisse a licença ambiental para o empreendimento. Vale lembrar que a referida secretaria tem à frente o empresário Marcelo Corrêa, membro da família que vendeu a área para a empresa Buriti.
Assim sendo, a Prefeitura de Santarém é responsável direta pelo CRIME AMBIENTAL que está ocorrendo aos olhos de toda a população santarena. Além da retirada completa de cerca de 150 hectares de vegetação, o loteamento da Buriti representa um enorme perigo de assoreamento ao Lago do Juá, um dos recantos mais bonitos da cidade, de águas cristalinas e rico em peixes.
Os responsáveis pelo empreendimento da Buriti Imóveis revelam uma mentalidade atrasada e apegada unicamente a interesses econômicos imediatos. É perfeitamente possível compatibilizar empreendimentos imobiliários, loteamentos, construção de casas populares com a preservação ambiental. Em Santarém já existem loteamentos de empresas locais em outras áreas, como no Carapanari, que respeitam a natureza em seus projetos. A derrubada irresponsável de todo o verde da área próxima ao Lago do Juá pela empresa Buriti, além de ameaçar o lago, representa um grave atentado ao equilíbrio ambiental em Santarém.
A Câmara Municipal, através de seus vereadores, chegou a questionar o empreendimento e formou uma comissão que visitou o local acompanhada do representante da empresa e depois disso não se manifestou mais sobre o assunto, o que demonstra também sua conivência com esse CRIME AMBIENTAL.
Diante disso, nos recusamos a ficar calados. O artigo 225 da Constituição afirma que compete ao poder público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações. Pois bem, é isto que faremos. Vamos às ruas manifestar nossa indignação com o CRIME AMBIENTAL LEGALIZADO cometido pela Buriti Imóveis com a conivência da Prefeitura e da Câmara de Santarém!

 

MOVIMENTO EM DEFESA AO LAGO DO JUÁ
Entidades que já aderiram ao movimento:
GDA – Grupo de Defesa da Amazônia;
UES – União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém;
DCE/UFOPA – Diretório Central dos Estudantes da UFOPA;
MTLM – Movimento dos Trabalhadores de Luta por Moradia;
Famcos – Federação das Associações de Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém;
CITA – Conselho Indígena Tapajós Arapiuns;
 CMA da OAB/PA- Comissão de Meio Ambiente da Ordem dos Advogados do Brasil

Fonte:  ASCOM OAB/PA

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