Um piloto de 64 anos morreu enquanto era resgatado após sobreviver a um pouso forçado de avião, no rio Catrimani, que corta a selva amazônica em Roraima. A vítima, Elcides Rodrigues Pereira, o “Peninha”, se desprendeu da corda que o içava até um helicóptero. Ao cair nas águas, foi levado pela correnteza. Pereira foi encontrado morto três dias depois.

A tragédia ocorreu na quarta-feira (14/6). Peninha e o técnico de enfermagem Ednilson Cardoso, 28, estavam em missão pela Secretaria Estadual de Saúde Indígena (Sesai) quando uma das hélices do monomotor teria parado por pane elétrica, pouco mais de uma hora após a decolagem. A dupla então fez um pouso forçado sobre o rio. O técnico chegou a filmar o momento em que caíram sobre as águas.

Nas imagens, é possível ver momento em que o piloto informa a central da Paramazônia Táxi Aéreo, empresa responsável pelo monomotor, que faria o pouso no rio Catrimani. “Estou em cima do rio Catrimani, vou jogar nele”, comunicou Peninha momentos antes do impacto.

Peninha e Ednilson conseguiram chegar às margens do rio. Para facilitar a visualização da equipe de resgate, limparam a mata ao redor deles. “Comemos algumas frutas e começamos a nos preparar até para pernoitar no local. Nesse momento, conversamos sobre o que faríamos quando fôssemos resgatados e voltássemos para casa”, relembrou Ednilson. Um helicóptero da Paramazônia chegou ao local onde estavam o técnico e o piloto e lançaram cordas para que eles subissem.

“Primeiro eu amarrei o Peninha, depois me prendi na corda e começamos a subir. Vi que ele estava cansado, muito molhado e fiquei dizendo para ficar tranquilo, que iríamos conseguir subir”. Mas, durante o resgate, o piloto se desprendeu da corda e caiu no rio. “Tentamos muito puxá-lo para dentro do helicóptero, mas ele estava muito molhado e cansado e por isso acabou caindo dentro do rio. Desci e fui atrás dele, mas não o achamos mais”, explicou Ednilson.

Falha
O comandante do Corpo de Bombeiros de Roraima, coronel Doriedson Ribeiro, afirmou que em casos como esse, o procedimento correto é acionar o Corpo de Bombeiros para fazer as buscas. Na ocasião, a empresa responsável pelo monomotor fez o resgate de Ednilson. “Tem de acionar o Corpo de Bombeiros para que possa auxiliar nesse tipo de busca, até porque temos aqui militares especialistas em busca aeronáutica, na mata e em mergulhos”, salientou.

Depois de três dias de busca, o Corpo de Bombeiros achou o corpo de Elcides Rodrigues a 6 km do local onde o avião fez o pouso forçado.

 

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