Acessibilidade digital na web – Portal Tailândia

O Pará é o Estado brasileiro com o maior índice de acessibilidade digital na internet. O bom desempenho dos sites públicos paraenses, resultado, em grande parte, do trabalho da Empresa de Processamento de Dados do Pará (Prodepa), que desenvolve a maioria das páginas institucionais do Estado, recebeu menção durante a entrega do I Prêmio Nacional de Acessibilidade na Web, promovido pelo W3C Brasil, Comitê Gestor da Internet no Brasil e NIC.br, em São Paulo, no último dia 14.

“Esse reconhecimento é um incentivo ao trabalho que fazemos, mas é também um desafio para alcançarmos a meta de acessibilidade, dentro da política pública do governo do Estado, aliada ao uso das tecnologias de informação e comunicação na inclusão digital e social, promovidas pelo programa Navegapará”, disse o presidente da Prodepa, Theo Pires. Cerca de 30% das páginas institucionais do Estado na web garantem total acessibilidade ao internauta portador de necessidade especial.

Embora a maioria da população não perceba, pessoas com necessidades especiais deparam-se com inúmeras barreiras ao acessar a internet, devido à disposição das informações, às tecnologias disponíveis e às formas de comunicação. Pensando nisso, em 2005, o analista de sistemas da Prodepa Edinamar Andrade Correa começou a desenvolver um trabalho que facilita a acessibilidade de pessoas com deficiência à internet.

A acessibilidade digital é a capacidade de um produto ser flexível o suficiente para atender às necessidades e preferências do maior número possível de pessoas, além de ser compatível com tecnologias assistivas usadas por quem tem necessidades especiais. Dessa maneira, qualquer pessoa, usando qualquer tipo de tecnologia de navegação – navegadores gráficos, textuais e especiais para sistemas de computação móvel – deve ser capaz de visitar e interagir com qualquer site, compreendendo inteiramente as informações nele apresentadas.

Apesar de quase um terço da população brasileira ter algum tipo de deficiência, conforme revelou o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria dos sites não se preocupa em tornar os mecanismos de navegação e apresentação das páginas acessíveis aos portadores de necessidades especiais.

Para o professor Ronaldo Alex de Carvalho, da Escola de Ensino Fundamental e Educação Especial José Álvares de Azevedo, que é deficiente visual, o grande problema da maioria dos sites são as imagens. “Se você abre um site e se depara com uma imagem, não consegue avançar, as informações precisam vir em texto. Ainda não existe um programa que leia imagens. A áudio-descrição seria uma alternativa, mas um texto descrevendo a imagem já ajudaria bastante”, afirma.

No que se refere aos padrões de acessibilidade em sites públicos, segundo pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, o percentual de sites acessíveis do governo brasileiro dobrou em um ano. Na pesquisa de acessibilidade em 2010, apenas 2,5% dos sites governamentais eram acessíveis; em 2011, esse valor foi para 5%, o que, ainda assim, é considerado baixo e exclui o acesso a 40 milhões de pessoas.

Edinamar Andrade também faz parte do Núcleo Acessar, o Núcleo Amazônico de Acessibilidade, Inclusão e Tecnologia, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), onde, por meio de um curso de extensão, capacita professores de ensino fundamental e médio da rede estadual para trabalhar com diferentes tipos de deficientes.

Aprendendo como usar os softwares, hardwares e as tecnologias assistivas adequadas, os professores conseguem dar flexibilidade ao acesso à informação e interação dos usuários que tenham algum tipo de necessidade especial. No blog Acessibilidade Digital (http://acessibilidadedigital.drupalgardens.com), o analista de sistemas informa e dá dicas sobre o assunto, mesclando temas variados, como dislexia, ensino de Libras e projetos desenvolvidos especialmente aos portadores de necessidades especiais.

 

 

Texto:
Natia Ney – Prodepa | via Agência Pará

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