A comitiva paraense trocou informações com representantes do conselho que fomenta a divulgação e a comercialização de produtos derivados da palma na Malásia

A comitiva paraense, liderada pelo vice-governador Helenilson Pontes, em missão na Ásia desde o último domingo, visitou nesta segunda-feira (7), em Kuala Lampur, capital da Malásia, a agência governamental de desenvolvimento da indústria do óleo de palma e o conselho que fomenta a divulgação e a comercialização de produtos derivados da palma naquele país. O encontro, segundo o vice-governador, serviu para “reabrir o relacionamento comercial e técnico com a Malásia”, que é o maior difusor de tecnologia de plantação e de beneficiamento da palma no mundo todo.

“Essa visita abre espaço para a troca de mecanismos de cooperação técnico-científico. O nosso objetivo com a reabertura deste relacionamento com a Malásia é fazer com que eles transfiram tecnologia e educação sobre o processo de produção do óleo de palma, bem como sobre o plantio da matéria prima, que tem fatores favoráveis para se desenvolver ainda mais no Pará”, disse Helenilson, que é acompanhado pelo secretário Especial de Desenvolvimento e Incentivo à Produção, Sidney Rosa.

Durante a visita, a comitiva verificou de que forma o país utiliza 100% da palma e confecciona diversos produtos, não apenas o óleo. A ideia, de acordo com Helenilson, é seguir o mesmo modelo de produção no Estado, desenvolvendo produtos com todas as matérias-primas da palma. “A Malásia é o maior difusor de tecnologia nesta área, mas o maior produtor é a Indonésia, que, assim como nós, buscou a cooperação naquele país. Por causa do seu tamanho territorial, a Malásia não consegue mais expandir a sua produção, no entanto, consegue ter um bom lucro, utilizando 100% da palma, das folhas à raiz”, explicou o vice.

Outra característica notada pela comitiva paraense em Kuala Lampur, nos órgãos de desenvolvimento da indústria da palma, foi a taxa cobrada por cada tonelada de produtos derivados da palmeira, que, no valor de US$ 3,00, é revertida para a pesquisa e incentivo à produção dos pequenos empresários.

Choo Yuen May, do diretório de óleo de palma da Malásia, apresenta alguns dos produtos desenvolvidos no país ao vice-governador Helenilson Pontes

A cooperação entre o Estado do Pará e a Malásia deve servir também, de acordo com informações da missão, para desenvolver uma espécie híbrida de palmeira, mais resistente e produtiva. “A palma utilizada na Malásia é a africana, enquanto que a plantada no Pará é a da espécie sul-americana. Vamos trabalhar em conjunto para criar uma espécie híbrida, que reúna o melhor de ambas as palmas”.

Nos próximos 10 anos o Pará será um dos maiores produtores de biodiesel e óleo de palma de todo o mundo, com um milhão de hectares plantados. Esta é a meta que o Governo do Estado pretende alcançar e, pra isso, investe na estruturação de toda esta cadeia produtiva para a implantação do Polo de Palma, que instalará diversas indústrias nas regiões do Baixo Tocantins e nordeste paraense (Tailândia está aqui), beneficiando, ao mesmo tempo, a agricultura familiar. Também faz parte do trabalho de estruturação para o polo a capacitação e assistência técnica dos agricultores para o cultivo da palma.

Nesta terça-feira, 8, os trabalhos da comitiva na Malásia continuam, com uma reunião com o ministro de Plantações, Indústrias e Commodities da Malásia, Tan Sri Bernard Giluk. A missão paraense, que visa estreitar as relações comerciais com a Ásia visitará ainda a China, onde a agenda da comitiva prevê uma extensa programação, também com foco no aumento das exportações de produtos oriundos do Estado para o mercado chinês. O grupo também deverá prestigiar a assinatura da empresa Oyamota do Brasil, com sede em Castanhal, com a empresa chinesa Kikihar, em Beijing. A meta da empresa é produzir esses vagões em Castanhal e exportá-los para todo o país.

 

Thiago Melo | Agência Pará

 

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