A reclamação de uma cliente resultou em um boletim de ocorrência e abertura de investigação na 6ª Delegacia Distrital da cidade de Campina Grande (PB). A insatisfação da mulher foi por ter sido atendida por um negro. Na mensagem enviada para o Whatsapp da lanchonete, a mulher diz que o jovem foi educado, mas a “pele escura” do rapaz “mancha a imagem” do estabelecimento.

“Então, fui atendida por um rapaz de pele escura hoje, com minha família. Eu acho que uma lanchonete do seu porte não deveria admitir isso. Isso é ruim, mancha a imagem da sua lanchonete. Não é questão de racismo, é só que não sou obrigada a ser atendida por um negro. Foi até um rapaz educado conosco, mas a cor dele não se nega, entende? O que incomoda é a questão de ser atendida por ele mesmo, isso desrespeita meu lugar e da minha família. Acho que cada um tem que se por no devido lugar, o atendente no dele”, disse a mensagem.

A dona do estabelecimento chegou a rebater a mulher, mas resolveu procurar a delegacia para denunciar o crime de racismo.

O rapaz revelou que ficou muito triste ao saber do acontecido. Gabriel Akhenaton, que trabalha no local há três meses, revelou que já passou por vários episódios de injúria racial, mas esse foi o pior. “De perseguições relacionadas a racismo eu sempre fui alvo, mas foi a primeira vez que fui atingido de uma forma tão brusca”, disse.

A delegada Mairam Moura explicou que as mensagens caracterizam dois crimes, o de racismo, pelo ataque que fere a população negra em geral, e o de injúria racial, pelo ataque pessoal pela cor da pele.

O Liberal

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