O dispositivo não se limitaria a ser um celular com dual-boot de Ubuntu Phone e Android, mas funcionaria como um PC completo quando conectado a um monitor.

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Pare e pense: qual foi o último smartphone que você viu apresentar uma grande inovação? Tirando alguns ajustes de software, uma câmera melhor e uma leve melhoria de hardware a cada geração de dispositivos, todas as empresas estão praticamente estagnadas e desenvolvendo aparelhos cada vez mais parecidos entre si.

E foi por isso que o anúncio do Ubuntu Edge, o primeiro projeto de smartphone da Canonical, brilhou após sua revelação. O dispositivo não se limitaria a ser um celular com dual-boot de Ubuntu Phone e Android, mas funcionaria como um PC completo quando conectado a um monitor.

Além de chutar para o alto toda e qualquer disputa sobre especificações, ostentando (ainda teóricos) 4 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento, a empresa promete a inclusão do que houver de mais rápido em processadores multi-core no mercado, sem especificar um modelo.

Com estas configurações, o Edge não só lideraria a corrida por celulares cada vez mais interessantes, como se compararia a PCs de médio desempenho e tornaria a integração entre o dispositivos ainda mais lisa e a experiência unificada. Seu nível de inovação forçaria outras fabricantes a correrem atrás para trazer novidades além de pequenos retoques na versão anterior de seus dispositivos, como acontece atualmente.

O dispositivo pode até mesmo dar mais força para a Canonical competir por uma maior fatia de mercado para o Ubuntu para desktops. O celular, caso bem sucedido, pode ser uma porta de entrada para tantos usuários acostumados ao Windows e que nunca tiveram a oportunidade ou interesse em conhecer outras plataformas.

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Ubuntu Edge, celular e PC juntos!

A Motorola já havia pensado em uma solução semelhante com o seu Atrix, que poderia ser conectado a um laptop para execução de alguns aplicativos, mas o recurso nunca foi para frente. O hardware era limitado pela época e sua usabilidade era bastante restrita, o que não parece ser o caso do Ubuntu Edge, que deve trazer a experiência completa do Ubuntu, mas compilada para processadores ARM, com especificações compatíveis com o sistema.

A empresa também promete que, se conseguir fazer o projeto decolar, conseguirá contemplar os fundadores do projeto com um dispositivo de altíssimo desempenho pela bagatela de US$ 830 (ou US$ 600 para quem bancou o projeto no primeiro dia). O valor é alto para um celular, mas é praticamente o mesmo de um iPhone 5 de 64 GB nos EUA. Pelas configurações e possibilidades, ele vale a pena.

Caso o aparelho tenha sucesso, a desenvolvedora do Ubuntu já pensa em tentar transformar o Edge em um lançamento anual, voltado para a comunidade de entusiastas. E com mais experiência, a tendência seriam aparelhos cada vez melhores, potentes e com mais recursos. Talvez uma espécie de computação modular, acrescentando poder de processamento ao computador em que ele esteja ligado? É apenas especulação, mas seria interessante.

Mas aí entram alguns poréns nas promessas da Canonical. Seu projeto é inovador e ambicioso, mas restrito. A empresa só garante a produção do Edge para aqueles que bancaram o desenvolvimento. Há grandes possibilidades de que o produto nunca chegue às prateleiras das grandes varejistas. A empresa justifica afirmando que as fabricantes não têm interesse em um produto tão à frente do tempo, devido aos custos e problemas decorrentes do projeto.

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Outra questão a ser considerada é: US$ 32 milhões é muito dinheiro para uma campanha de arrecadação. A empresa justifica que sem apoio de uma grande fabricante, precisa recorrer aos fãs do Ubuntu para bancar o projeto. E para oferecer o dispositivo a um preço aceitável, precisa realizar uma produção massiva. Entretanto, por mais que os entusiastas do Ubuntu demonstrem interesse, é uma marca dificílima de ser alcançada.

ATUALIZADO: A empresa, inicialmente, não deixava claro se devolveria o dinheiro em caso de fracasso na arrecadação, mas confirmou que os contribuintes serão reembolsados. Anteriormente, havia dúvida se a empresa utilizaria a verba para bancar outros projetos.

Apesar de um início arrebatador, com US$ 3 milhões em apenas um dia, o ânimo em volta do dispositivo começou a esfriar. Isso porque quem reservou o seu no primeiro dia pagou US$ 600, enquanto os outros precisarão desembolsar os US$ 830, que, por mais que valha a pena, ainda é muito dinheiro para os padrões americanos.

Além disso, o próprio Edge pode sofrer alterações em suas configurações. A Canonical deixa bem claro em sua página no IndieGogo que, apesar da previsão ambiciosa, ela ainda não é definitiva e pode ser modificada, provavelmente para baixo, o que poderia ser um golpe baixo em quem já deu seu dinheiro esperando receber o dispositivo prometido.

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Via, Olhar Digital

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